run rabbit run
- Helena Argolo
- 20 de mar.
- 1 min de leitura
Atualizado: 22 de mar.
executar tudo pra ontem sem uma sala de espera e com muito, muito o que correr atrás o tempo todo.
o que queremos para nós. o que precisamos. o que esperam de nós. o que queremos entregar aos outros.
sentir dor. amar. aprender. produzir. impactar. comunicar. mostrar a cara, subir no palco.
existir hoje é comunicar que se é.
mas
e quando a gente se permite puxar a corda e descer do coletivo – andar pelas ruas sem pontualidades, dispensar a trilha sonora e o narrador? confundir a câmera e deixar ela toda perdida no plano geral com você fora de quadro.
spoiler de fora do quadro: respira-se; o ar tem cheiro de pão francês sem culpa. viuvinhas caem na nossa cabeça e dá tempo de soprar os cílios que caem na bochecha dos filhos.
o mundo está lá, rodando e rodando o quarteirão, perdido de você, você aguardando na mureta, pensando na imensidão do calendário cósmico onde cada segundo equivale a 500 anos e toda a existência humana cabe em 1 hora e 30 minutos.
a existência nunca é para ontem, amanhã não importa, a existência é pra hoje, agora, é digitar a palavra agora agora.
eu quero mais é deixar a pouca lógica dançar.
🍃

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